Kinshasa (CICV) - A violência e os reiterados confrontos armados em diversas províncias da República Democrática do Congo (RDC) estão causando níveis alarmantes de sofrimento humano.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está particularmente preocupado com cerca de sete milhões de pessoas que precisam de assistência emergencial - mais da metade da qual foi deslocada pela violência.
"As pessoas sofreram dificuldade inimagináveis, incluindo deslocamento, separação de familiares, abuso, saques, ferimentos e mortes violentas", conta Patricia Danzi, diretora do CICV para África, durante uma visita a esse país.
"Fazemos um apelo à comunidade internacional que mobilize e responda às necessidades de milhões de pessoas duramente atingidas pela violência e pelo conflito armado", acrescentou.
A violência que os civis enfrentam na RDC está fora do radar mundial há algum tempo. O financiamento por parte de governos doadores foi diminuindo gradualmente, levando a RDC a ser uma das operações do CICV que não recebe recursos suficientes.
"Esta semana, me reuni com uma família deslocada que voltava para o seu vilarejo - depois deste ter sido completamente incendiado -, porque eles perderam tudo e não tinham como reconstruir a vida em outro lugar. Eles vivem em condições desesperantes e é desolador ver que existem muitas histórias como essa. Há muito para se fazer para ajudar as pessoas necessitadas", afirmou.
A violência prevalece sobretudo em Kivu do Norte e do Sul e, mais recentemente em Kasai e Tanganyika. Em 2016, a RDC foi o país com a maior quantidade de pessoas obrigadas a deixar as suas casas - quase um milhão - e ir para outras partes do território devido à violência; mais do que a Síria e o Iraque.
Como parte das suas operações humanitárias, o CICV, em parceria com a Cruz Vermelha Congolesa, assistiu mais de 352 mil pessoas deslocadas e residentes em 2017. Mais de 10 mil civis e militares receberam instrução sobre Direito Internacional Humanitário (DIH), como um esforço para reduzir os ataques contra os civis.
Mais informações:
Pedram Yazdi, CICV Kinshasa, tel : +243 81 70 08 536
Aurélie Lachant, CICV Genebra, tel: +41 79 244 6405